Em meio à pandemia, 400 servidores da saúde da rede federal foram demitidos | Revista Fórum

Como se não bastasse o grande déficit de mais de 8 mil profissionais de saúde no SUS, devido a aprovação da EC95 que congelou recursos para saúde e educação durante 20 anos, a falta de concursos públicos e ainda as mortes recordes dos profissionais da saúde na linha de frente do combate da Covid-19, no Rio de Janeiro, as unidades federais demitiram 400 funcionários das unidades de federais de saúde. O Rio de Janeiro é o segundo estado com mais mortes e infectados pela covid-19. Dados oficiais de ontem (03/06) evando em conta que são muito abaixo da realidade devido à sub-notificação apontam 59.240 infectados. O Rio também ocupa o segundo lugar em vítimas pela doença com 6.010 óbitos. No Rio não há concursos públicos há mais de dez anos e o serviço de saúde em hospitais federais contam com 4.100 trabalhadores da saúde temporários. A demissão ocorrida ontem (03/06) de 400 destes profissionais nas unidades federais é ilegal, pois a Medida Provisória n° 974 de 28/05/ 2020 aprovada pelo Congresso no último 31 de maio prorrogou contratos por tempo determinado do Ministério da Saúde. Demitidos por e-mail sem qualquer justificativa, os profissionais ficaram indignados, vários deles não se inscreveram para trabalhar nos hospitais de campanha porque acreditaram que com a MP seus empregos estavam garantidos. Indignados com esse ato arbitrário, desumano e ilegal os profissionais da saúde protestaram contra as demissões em frente ao Hospital Federal dos Servidores do Estado, no bairro da Saúde. Ao Dia, a técnica Verônica Conceição, 42 anos desabafou: “Eu estava certa e que continuaria trabalhando. Não dá para entender como no meio de uma pandemia, hospitais onde já faltam funcionários, mandam as pessoas embora”.Outras demissões arbitrárias ocorreram no INSS e foram, igualmente, alvo de protestos. Trabalhadores com mais de dez anos de dedicação foram dispensados para serem substituídos por indicações políticas em plena pandemia. Esperamos que esta situação descabida quando o país passa pela maior crise sanitária e humanitária de sua história seja denunciada no Congresso Nacional e rapidamente anulada.

 

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